segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Belém

Eu queria escrever sobre o Natal. Mas estou travada, as palavras não fluem. A TV ligada no Mais Você, mostrando os concorrentes de um “reality show” me levou a outra Belém. Belém de Lisboa, Portugal.

Quando se fala em Belém, Lisboa, é recorrente para a maioria das pessoas que por lá andaram os famosos pasteis de nata, iguaria conventual portuguesa, cuja melhor espécie, sem nenhuma sombra de dúvida, é feita nessa freguesia.

Ah, os passeios a Belém, as idas à pastelaria para comer os pasteis recém saídos do forno, com muita canela, acompanhados de chá preto ou chocolate quente, nos fins de tarde do inverno. Minha filha  que o diga, (ah, como ela A-D-O-R-A os pasteis de Belém!); "gosto mais das queijadinhas de Sintra" dizia a minha enteada a se empaturrar junto à irmã; o olharzinho da D. M.,, sempre muito contida com a comida (só vou comer um, e lá ia um atrás do outro, e manda chocolate quente). As mesas lotadas, os atendentes num corre corre, muito limpos e educados. E o cheiro, ah esse cheiro inesquecível, a canela, a manteiga, açúcar, que faz vir água na boca. Pecado capital sair de lá, com a barriga cheia, e não levar para casa pelo menos uns dois pacotinhos para o pequeno almoço do dia seguinte!
Gula, mea culpa!





Mosteiro dos Jerónimos - Belém - Lisboa


Mas não pensem que só de pasteis se faz Belém!

"Ir aos pasteis de Belém" e não ir aos Jerónimos não tem graça. O Mosteiro, construção manuelina, magnífico, imponente, o claustro, os túmulos reais, o pátio, a construção toda, esplendorosa, marco de um Portugal de conquistas e glórias passadas. Mas para mim, ver os túmulos de Camões, de Vasco da Gama, Alexandre Herculano, Fernando Pessoa é que leva minha mente a “mares nunca dantes navegados”. Sem palavras! Nem os intrincados dos fios dos bondes elétricos lotados de turistas tiram o brilho dessa grandeza.





Museu dos Coches - Belém - Lisboa


O Centro Cultural de Belém, seus jardins, o Museu da Marinha, o Jardim de Ultramar, o fantástico Museu dos Coches, tudo a poucos metros de caminhada, transportam o visitante, em um único dia, a séculos de história, lugares e maravilhas.




Cais de Belém
O Cais de Belém é lindo! Eu, das montanhas, do cerrado, morro de medo do mar, e como tudo o que nos causa esse medo, atrai-me imensamente. Os iatezinhos atracados, dão um colorido e uma espécie de "não movimento", com aquelas nuances que os pintores teimam querer captar nas suas aquarelas.
Subindo as escadas da Torre de Belém
E a Torre? Nunca perdi o deslumbramento perante a magnitude dela, nem um medo visceral de escorregar escada abaixo cada vez que ia subir ao pátio superior pelos degraus seculares, gastos sob os pés dos turistas. Não subo nunca mais, esta é a última vez. Qual o quê... Sempre subia, com um frio enorme na espinha, ir à Torre e não subir até acima?


Tejo ao sol visto da Torre de Belém

Lá do alto, ver o Tejo em sua vasta extensão, fundindo-se ao horizonte. Mar Tejo.
O jardim, o Padrão dos Descobrimentos...
Queria ter o dom da ubiquidade.
Ah, eu acho que é essa chuva que cai hoje, chuva de Dezembro, que me traz essa nostalgia!
Xô, banzo!





3 comentários:

  1. Só fio uma vez à Lisboa a passeio... e Fui direto à Belém... na ânsia de estar pelo menos em uma lugar com o nome do Meu...

    Tens saudades... eu também.

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  2. :-(

    Havemos ambas de nos reencontrar com nossas Beléns.

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  3. Que maravilha!!! VOcê me levou de volta a Belém. Que delícia de lugar! O cais e seus barcos coloridos: perfeito para fotografias :)

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